Quarta-Feira, 05 de fevereiro de 2025

Postado às 10h00 | 05 Fev 2025 | redação Dama do Crime, de 25 anos, comandava PCC no Tocantins, aponta inquérito

Crédito da foto: Reprodução Lúcia Gabriela, Dama do Crime é investigada por gerenciar tráfico de drogas em cidades do Tocantins

Por g1 Tocantins e TV Anhanguera

Lúcia Gabriela Rodrigues, conhecida como 'Dama do Crime', é investigada por ser responsável pela administração da venda e armazenamento de drogas em cidades do Tocantins. O inquérito policial aponta que a jovem de 25 anos estava no topo da hierarquia do PCC no estado. Dentro da facção ela liderava outros membros, dividia as funções e organizava a distribuições das drogas entre traficantes.

Ela foi um dos alvos da Operação Asfixia, da Polícia Civil. Durante a ação realizada nesta terça-feira (4), 15 pessoas foram presas, sendo dez no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Segundo a polícia, traficantes são suspeitos de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas.

A investigação contra o grupo começou em fevereiro de 2024. Lúcia está presa desde dezembro, quando foi alvo de outra operação da Polícia Civil. Ela também teve uma nova ordem de prisão preventiva cumprida nesta terça-feira.

A defesa de Lúcia Gabriela disse que está apurando as informações sobre as novas acusações e que em breve irá se pronunciar sobre o caso.

Como a 'Dama' comandava?

 

Mensagens trocadas em grupos de Whatsapp encontradas pela polícia, mostram que Dama tinha uma lista com o nome de todos os pontos de comercialização das drogas, as chamadas "lojas". Dessa forma, ela fazia um controle financeiro dos locais ao cobrar dos traficantes um relatório sobre vendas e estoque.

Conforme o inquérito, no grupo ela fazia o "fechamento", como um balanço do que foi comercializado no dia. As bocas que conseguiam vender avisavam que a loja estava "sem nada". Essa função posteriormente foi passada para uma mulher chamada de 'Tempestade', que também é investigada pela polícia.

A Dama do Crime também era responsável por receber as drogas e reabastecer os pontos de venda. Em uma conversa em janeiro do ano passado, ela avisa aos outros membros que está procurando uma casa para que as "formigas que vêm de longe" possam dormir, ou seja, os responsáveis pelo transporte das drogas.

Durante a investigação, a polícia teve acesso a um áudio em que Lúcia dá ordens aos membros da facção para criar um grupo restrito com objetivo de organizar ataques e "eliminar" membros de uma organização rival. No arquivo ela chama "os irmãos" para juntar forças, com armamento e dinheiro, para "fazer o bagulho acontecer". Ao final dos avisos e pedidos, ela se colocava à disposição para tratar de outras demandas.

O 'elo' entro os traficantes e o PCC

Conforme o inquérito, Dama do Crime também fazia o 'elo' entre os traficantes locais e os líderes da facção paulista. O grupo liderado por Lúcia tinha uma estrutura de trabalho hierarquizada, com divisões funcionais semelhantes a uma empresa.

A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos investigados. Lúcia aparece em diversas trocas de mensagens com os suspeitos utilizando os codinomes 'Dama' e 'Larissa'. Ela seria a responsável por coordenar o setor gerencial e o setor financeiro dentro da organização.

Lúcia já havia sido presa em julho de 2024 com mais R$ 300 mil em drogas, mas conseguiu habeas corpus para responder em liberdade alegando ser a única responsável por cuidar do filho de quatro anos. Após ser solta, ela teria debochado da situação nas redes sociais, segundo a polícia. Pouco tempo depois, ela foi presa novamente em outra operação da Polícia Civil no mês de dezembro. Desde então está na Unidade Prisional Feminina de Palmas.

Operação Asfixia

 

Suspeito de participar de organização crimonosa é preso pela polícia na Operação Asfixia — Foto: Divulgação/PCTO

Suspeito de participar de organização crimonosa é preso pela polícia na Operação Asfixia — Foto: Divulgação/PCTO

A ação aconteceu na manhã desta terça-feira (4) em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional e nas cidades de Praia Grande (SP) e Barueri (SP). A Polícia Civil cumpriu 16 mandados de prisão contra traficantes do PCC, um suspeito está foragidos. Segundo a polícia, o grupo teria movimentado R$ 20 milhões nos últimos dois anos.

Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A ação também tem 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.

O grupo é suspeito de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas e também de lavagem de dinheiro. Conforme apurado pela investigação, o grupo criminoso também atua nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes da facção têm sede em São Paulo.

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