O narcotraficante Fernandinho Beira-mar foi transferido da penitenciária federal em Rondônia nesta quinta-feira (25). A remoção dele para outro presídio de segurança máxima não informado se deu após a polícia descobrir que a organização movimentava troca de bilhetes dentro do sistema prisional. Porém, segundo a Tribuna do Norte, fontes ligadas ao Ministério da Justiça confirmaram que o presídio federal de Mossoró (RN) recebe o bandido.
Será a segunda passagem de Beira-Mar por Mossoró.
O site Rondoniaaovivo divulgou que uma operação conjunta na manhã desta quinta-feira entre Polícia Federal e Depen realizou a transferência de Beira Mar.
Ele estava detido no presídio federal em Rondônia, localizado à cerca de 40 quilômetros da capital. O destino final do traficante não foi informado.
Nesta quarta-feira (34), a PF deflagrou a operação "Epístolas" (termo epístola é utilizado para denominar conteudos escritos de maneira coloquial em forma de carta, com objetivo, ou não, de serem enviados ou obter respostas dos destinatários) para desmantelar organização criminosa que atuava no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, a quadrilha, cujo líder está preso há 11 anos no sistema penitenciário federal, movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio. A operação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão; além de diversas outras medidas cautelares, incluindo-se o bloqueio de valores, que somados chegam a R$ 9 milhões depositados em 51 contas bancárias e suspensão de atividades comerciais de nove empresas.
As medidas da 3ª Vara Federal foram cumpridas em Rondônia, no Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. As investigações se iniciaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita encontrado por agentes federais de execução penal na Penitenciária Federal de Porto Velho. Após a reconstituição e exame grafotécnico, atestou-se ter sido escrito pelo líder da quadrilha, preso naquela unidade.
Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade. Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao interno que eram entregues por um esquema elaborado para a transmissão de seus recados. Para tentar comprovar a origem dos rendimentos, foi montado um forte esquema de lavagem de capitais através de empresas de fachada e estabelecimentos comerciais, sobretudo casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias.
Estima-se que a organização chegue a movimentar mensalmente valores superiores a R$ 1 milhão, em razão das atividades ilícitas desempenhadas, sendo identificados preliminarmente bens pertencentes ao grupo avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões. Os presos preventivamente em outros estados da Federação foram evados para o estado de Rondônia, sendo determinada a transferência imediata do líder e do comparsa responsável pela saída e entrada dos bilhetes para outra unidade do sistema penitenciário federal e a inclusão emergencial de alguns integrantes na Penitenciária Federal de Porto Velho, como forma de desarticular a organização criminosa.
A PF informou ainda a apreensão de R$ 100 mil em espécie, cestas básicas e cigarros, mais de uma centena de unidades de cada. Todas as apreensões citadas ocorreram no município de Duque de Caxias, na baixada fluminense. Foram presas 24 pessoas, sendo 14 apenas no estado do Rio de Janeiro.
Tags: