Os números da violência no Rio Grande do Norte têm crescido em grandes proporções e Natal, capital potiguar, já aparece como a cidade mais violenta do país, segundo ranking divulgado nesta sexta-feira (07) pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal. Em razão disso, a deputada estadual Márcia Maia (PSDB) convocou na Assembleia Legislativa uma audiência pública para discutir uma ação emergencial no estado para conter o crescimento do número de homicídios no estado. O debate acontecerá no próximo dia 18, a partir das 14h30, no plenário da ALRN.
Até esta sexta-feira (07), o estado já tem registrados 643 assassinatos, segundo dados do Sindicato dos Policiais Civis do RN (SINPOL). Os números apontam para uma média de quase sete assassinatos por dia no Rio Grande do Norte em 2017. Ainda no mês de março, antes da divulgação do estudo, a socióloga e deputada estadual já havia alertado para a possibilidade de o Rio Grande do Norte alcançar a marca de 2,5 mil assassinatos este ano. Em 2016, 1998 pessoas foram assassinadas.
Na lista divulgada pela ONG mexicana, que possui 50 cidades, sendo 19 delas brasileiras, Natal lidera com 69,56 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Belém e Aracaju aparecem em seguida, como as cidades brasileiras mais violentas. Os dados são referentes a 2016. No Rio Grande do Norte, a capital também lidera o ranking de assassinatos no estado.
“Aprovamos a doação de veículos para as polícias do Estado no início do ano, mas precisamos no Legislativo ir além, debater alternativas para que assassinatos deixem de ser rotina na nossa cidade. É preciso construir um plano real e passar a executá-lo o quanto antes para devolver a paz ao cidadão potiguar. Por isso, vamos convocar uma audiência pública para encontrar essas alternativas, queremos saber o que de fato o Governo do Estado está fazendo e contribuir com o que for possível e necessário”, afirmou Márcia.
A parlamentar lembrou dados divulgados pelo IPEA há cerca de 10 anos, quando Natal, uma das cidades mais afetadas pela violência no estado, era considerada a capital mais segura do país. À época, a vereadora Wilma de Faria era governadora do estado.
“As políticas do governo eram firmes no combate ao crime, mas iam também além disso. Havia programas de geração de emprego e renda para que houvesse perspectiva de futuro para muitos. Para aqueles que alcançassem a criminalidade, a Polícia estava pronta e em condições de fazer valer a lei no Rio Grande do Norte”, ponderou.
Comissão
Na ocasião da instalação da Comissão Especial de Segurança na Assembleia, que posteriormente passou a tratar apenas do sistema penitenciário, Márcia apresentou dentre várias sugestões, a convocação dos secretários de Justiça e Cidadania, Segurança Pública e o comandante da Polícia Militar para discutir o atual cenário, bem como, uma série de requerimentos ao Governo do Estado, com destaque para aquele que solicita o envio de relatório mensal à CES-ALRN dos números da segurança pública e sistema prisional do RN.
“O ano passado já havia sido o mais violento da história do estado, mas este ano podemos ter um aumento de mais 26% no número de crimes contra a vida. Não podemos fechar os olhos para essa realidade. É preciso iniciar um debate profundo sobre este tema é fundamental para avançar em políticas públicas de segurança e outras correlatas para frear essa onda de violência", concluiu Márcia Maia.
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