Gabinete de Gestão Integrada discute solução para problema. Mossoroenses reclamam falta de segurança
Fábio Vale - JORNAL DE FATO
“Mãos ao alto”. Essa expressão retrata uma tradicional abordagem utilizada por criminosos na prática de assaltos. Foi o que aconteceu recentemente com o vendedor Erick Roberto, quando ele caminhava por uma rua do Centro de Mossoró em direção ao trabalho. O jovem de 23 anos de idade foi abordado por uma dupla armada de motocicleta, que anunciou o roubo e levou o aparelho celular dele e um relógio.
O ocorrido com Erick dá uma relativa percepção do que acontece diariamente com numerosas vítimas em toda a cidade. Relatos desse tipo de situação são comuns junto a registros oficiais em órgãos de segurança pública no município. É o caso de uma dona de casa de 45 anos de idade, que terá a identidade preservada. Ela ia a pé para uma consulta médica quando sentiu a bolsa sendo puxada da mão dela.
A vítima contou na queixa prestada na Polícia Civil que um rapaz de bicicleta, aparentemente menor de idade, mostrou uma faca e fugiu, levando o pertence dela. A mulher fez um boletim de ocorrência dando conta ainda de documentos que estavam dentro da bolsa. Casos desse tipo são informados frequentemente tanto à Central de Operações da Polícia Militar quanto à Delegacia de Plantão (DP) da Polícia Civil, que inicialmente responde pelas ocorrências no período da noite e depois as repassa para as especializadas, no caso, a DP de Furtos e Roubos (DEFUR).
Mas, além dos casos materializados em BOs, atualmente, registros de ações criminosas dessa modalidade também se limitam a depoimentos em redes sociais. Nesta semana, o universitário Marcos André utilizou uma conta pessoal no Facebook para falar sobre o assalto sofrido quando ia para a faculdade. O estudante de 19 anos de idade caminhava em direção a uma parada de ônibus no bairro Bom Jardim próxima da casa dele, quando foi surpreendido por um homem de moto que se aproximou dele e mostrou uma arma na cintura.
A vítima teve de entregar o celular e uma carteira com documentos e uma quantia em dinheiro. O bandido fugiu e Marcos explicou que preferiu não procurar a polícia e apenas relatar o ocorrido na internet, como uma forma de demonstrar a revolta e alertar a população e o poder público sobre o quadro de insegurança. "Sei que não sou a primeira nem serei a última pessoa a passar por isso. Mas, espero que o que aconteceu comigo sirva para despertar as autoridades e a sociedade sobre a necessidade de mais segurança, pois a situação está insustentável", escreveu ele.
Na noite da última quarta-feira (1.º), a Delegacia de Plantão (DP), no bairro Alto de São Manoel (zona leste de Mossoró), ficou lotada de vítimas de assaltos praticados em diversas áreas da cidade. Os arrastões foram registrados em diversos bairros, com a presença predominante de bandidos armados a bordo de motocicletas. Diversas vítimas procuraram a DP na ocasião para registrar o ocorrido.
Diante dessa violência, na última quinta-feira (2), foi realizada a segunda reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), que visa unir todas as forças de segurança para garantir mais proteção à população, e contou com a presença do secretário de Segurança, Eliéser Girão; além do promotor Armando Lúcio, representando o Ministério Público, e agentes da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, agentes penitenciários, Guarda Municipal e Guarda de Trânsito.
Na ocasião, foram apresentadas ideias de ações de segurança para Mossoró, inclusive de prevenção. Outro ponto destacado na reunião foi de como incentivar a população a denunciar crimes. No site, a Polícia Militar do Estado dá dicas de segurança, como evitar andar em locais sem movimento ou mal iluminados e evitar expor pertences; além de não reagir a abordagens criminosas.
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