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Postado às 13h23 | 24 Jan 2017 | Fabio Vale Observatório da Violência registra 81 mortes nos últimos três anos em presí­dios do RN

Número de assassinatos é consequência da falência do sistema carcerário do Rio Grande do Norte

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Fábio Vale/Da Redação

Oitenta e um internos do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte foram vítimas de Condutas Violentas Letais Intencionais (CVLIs) nos últimos três anos. O dado é o Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO).

Um levantamento da entidade divulgada nesta segunda-feira (23) dá conta de que no ano de 2015 o sistema prisional potiguar foi palco para 28 CVLIs. No ano seguinte, o balanço aponta 26 casos e 27 somente nestes primeiros 20 dias de 2017.

Segundo o OBVIO, no primeiro ano pesquisado, cinco mortes ocorreram no Complexo Penal João Chaves; quatro na Cadeia Pública de Caraúbas; quatro na Penitenciária Estadual do Seridó; três no Rogério Coutinho Madruga; três na Cadeia Pública de Natal; dois em Alcaçuz; e o restante em Mossoró (Mário Negócio e Cadeia Pública), Parnamirim, Ceduc Caicó, Nova Cruz e Ceará-Mirim.

Em 2016, Alcaçuz liderou o número de ocorrências, com 11 casos; seguido de três na Mário Negócio; mais três na Cadeia Pública de Natal; dois na Cadeia Pública de Caraúbas; dois em Parnamirim; e ainda na Cadeia Pública de Mossoró, em Pau dos Ferros e na João Chaves.

Neste ano, as mortes se concentram em Alcaçuz, com 26 casos; e apenas um na Penitenciária do Seridó, mais conhecida como "Pereiraõ", em Caicó. Para pesquisadores do OBVIO, a realidade dos presídios do RN, notadamente Alcaçuz, é de absoluta destruição.

"A problemática do sistema prisional vem sendo acompanhada pelo OBVIO há alguns anos, com apontamentos acerca da superlotação, da desestruturação, da falta de pessoal e da violência gerada por todos esses fatores, além do fortalecimento das redes criminosas, como o SDC (Sindicato do Crime do RN) e o PCC (Primeiro Comando da Capital). Com a inviabilização de Alcaçuz, somente com novas unidades prisionais, além de profunda estruturação do sistema, se poderá isolar adequadamente os grupos, além de, finalmente, poder se obter o controle das prisões do RN", avaliam.

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