Postado às 14h09 | 10 Jan 2017 | Fabio Vale
O Globo cita Rio Grande do Norte dentre 14 estados do país que separam presos por facção
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O Rio Grande do Norte figura entre ao menos 14 estados brasileiros que separam presos por facção. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10) pelo jornal O Globo.
Segundo a reportagem, as facções criminosas viraram um critério formal para a separação de detentos dentro das cadeias de todo o país. "Pelo menos 13 estados e o Distrito Federal fazem separação de presos por grupo criminoso, segundo levantamento feito pelo GLOBO".
A matéria dá conta de que sete unidades da federação negaram fazer esse tipo de distinção, duas não responderam alegando motivo de segurança e outras quatro não retornaram o contato da reportagem.
Ainda de acordo com o jornal carioca, no Rio Grande do Norte, há presídios voltados apenas para o "Sindicato do Crime", mais numeroso que o Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado.
"Mas a unidade de Alcaçuz, a maior do país em extensão territorial, convive com as duas facções, repartidas da seguinte forma: dois pavilhões para cada grupo e um para presos neutros, dentro de uma lógica própria, explica Wallber Virgolino, secretário de Justiça e Cidadania do estado: 'A gente divide as facções dessa forma para deixá-los em pé de igualdade, porque eles se estudam, planejam se destruir, mas não têm coragem porque estão em pé de igualdade. Eles só atacam quando têm certeza que vão sair vitoriosos'."
A reportagem mostra também que a divisão por facção, na avaliação de Virgolino, não fortalece os grupos criminosos. Ele aponta o protocolo como uma forma de evitar mortes diariamente nos presídios, inclusive de pessoas sem associação com qualquer grupo. Para enfraquecer as organizações, o secretário aponta o respeito rígido às normas do presídios, tais como evitar a entrada de armas e drogas.
"Agora querem colocar criminosos por prática criminosa. Se isso acontecer, vai haver a maior chacina do mundo dentro dos presídios", teria dito Virgolino à reportagem que cita ainda a situação do Distrito Federal, Paraná e São Paulo.
Confira aqui a íntegra da matéria do O Globo.