Sexta-Feira, 21 de março de 2025

Postado às 13h39 | 19 Ago 2016 | Fabio Vale Defensora pública avalia que situação da violência doméstica é preocupante em municí­pio da Grande Natal

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Durante a realização das atividades da V Semana Justiça Pela Paz em Casa, em São Gonçalo do Amarnate, a defensora pública Ana Lúcia Raymundo explicou que o Município de São Gonçalo do Amarante já têm um histórico de violência contra a mulher, apesar de já ter CREAS e CRAS, mas não tem abrigamento. Ela revelou dados preocupantes que demonstram a situação em que as mulheres da cidade se encontram. Segundo a defensora, em menos de um mês, foram desbaratados dois casos de cárcere privado de mulheres em São Gonçalo do Amarante, sendo que um foi a própria mulher que gritou e os vizinhos chamaram a polícia e, no segundo caso, a mulher fez o Disque 180 já na semana passada.

“Com isso, ela se encontra, no momento, resguardada, depois de ter sido resgatada, e por pouco não foi uma das cinco vítimas de feminicídio acontecido nos últimos seis dias no Estado do Rio Grande do Norte. Então, por isso, a gente precisa falar de gênero, precisamos falar de violência praticada contra a mulher, porque está muito grave, muito sério, e quanto mais visibilidade se dá à Lei Maria da Penha mais visibilidade se dá ao caso concreto”, externou.

A defensora pública, que também atua no Tribunal do Júri, contou que certa vez foi questionada sobre o por quê não se vê muitos casos de feminicídio no Tribunal do Júri. Ela explica que, de cinco casos que são ci_noticiasdos, em dois deles os maridos foram encontrados mortos. “É porque geralmente o culpado, depois ele não vem a Juri porque aconteceu alguma coisa com ele que nós não sabemos o porquê, a gente não sabe identificar porque este tipo de violência ocorreu, se é revolta da população ou outro motivo, mas que isto está se tornando muito grave e muito contínuo, e que a violência é banalizada”, comentou.

Ela deu sua opinião sobre a cultura da violência. “Então a gente precisa desconstruir esta cultura que banaliza a violência contra a mulher, que acha que uma cantada é uma coisa bonita, o que na verdade é um desrespeito e nós precisamos valorizar a cultura da dignidade que é a consideração e o respeito que as mulheres merecem como seres humanos que são”, concluiu.

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