Quinta-Feira, 06 de março de 2025

Postado às 10h45 | 31 Mar 2021 | Redação Governadora Fátima Bezerra estuda flexibilizar atividades em novo decreto

Governo recebeu dos prefeitos solicitação para a flexibilização da economia. Na reunião remota, Fátima Bezerra destacou que está sensível às reivindicações sugeridas pelo grupo. A decisão será tomada de acordo com a recomendação do comitê científico

Crédito da foto: Assecom/RN Governadora Fátima Bezerra se reuniu com prefeitos por meio virtual

Por Edinaldo Moreno - Repórter do JORNAL DE FATO

A governadora Fátima Bezerra se reuniu nesta terça-feira, 30, com prefeitos potiguares, entre eles o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Anteomar Pereira da Silva, mais conhecido como Babá, Álvaro Dias, prefeito de Natal e Allyson Bezerra, prefeito de Mossoró.

O governo potiguar recebeu dos prefeitos solicitação para a flexibilização da economia. Na reunião remota, Fátima Bezerra destacou que está sensível às reivindicações sugeridas pelo grupo, inclusive com a proposta de regionalização das medidas sob o argumento que as situações dos pequenos comércios nas cidades, principalmente nas menores, são singulares.

A chefe do executivo potiguar disse que vai aguardar o posicionamento do Comitê Científico para elaborar o novo decreto com medidas de enfrentamento à pandemia. O atual decreto nº 30.419, de 17 de março de 2021, tem vigência até esta sexta-feira, 2. Ele tem duração de 14 dias.

“Estou sensível às observações feitas do ponto de vista da possibilidade da flexibilização das medidas adotadas”, disse ao frisar que qualquer medida a ser adotada precisa estar condicionada ao quadro sanitário do Estado. “Vamos continuar em constante diálogo para que possamos ter o máximo de unidade neste novo decreto”.

O Rio Grande do Norte tem hoje uma rede com 804 leitos Covid, sendo 374 críticos (UTI) e 430 clínicos, uma grande expansão comparada aos 676 em 2020, quando eram 316 de UTI e 360 clínicos, disse a governadora aos prefeitos.

O prefeito de Natal Álvaro Bezerra destacou que a estrutura de atendimento à saúde na capital do estado e as mais de 100 mil pessoas já vacinadas no município dão a certeza de já poder pensar na flexibilização das medidas e iniciar a abertura do comércio mantendo fiscalização e distanciamento social.

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, também adotou o mesmo discurso do prefeito de Natal e afirmou que é hora de voltar a abrir o comércio com foco na fiscalização. Allyson também ressaltou que os comerciantes mossoroenses se comprometeram a conter as aglomerações.

O presidente da Femurn, que também é prefeito de São Tomé, Anteomar Pereira, disse que a pressão pelo retorno das atividades não essenciais é muito grande nos municípios. Ele frisou ainda que o causador das aglomerações não são os pequenos comércios. “Quase 100% dos prefeitos desejam que sejam abertas as atividades que estão fechadas.” De acordo com ele, a maioria aposta na reabertura com fiscalização. 

Estava previsto para a noite de ontem (30) uma reunião do Comitê Científico que orienta o Estado sobre as medidas sanitárias a serem adotadas no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Até o encerramento desta edição, o encontro ainda não havia iniciado. Após a reunião, os representantes do comitê divulgariam quais novos direcionamentos deviam ser indicados.

REDUÇÃO

No início da tarde desta terça-feira, 30, o Rio Grande do Norte apresentava queda de 48% no número de pacientes à espera de leitos críticos voltados para o tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19 ou com sintomas da doença.

O estado tinha 71 pacientes naquele momento do dia. No dia 19 de março, havia o registro de 134 pessoas aguardando leitos de UTI. Dos 71 pacientes que esperavam uma vaga, 57 estavam na Região Metropolitana e 14 na Região Oeste.

O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) divulgou documento com 11 recomendações ao Estado e municípios para o reforço das medidas de isolamento social durante o feriado de Páscoa.

Uma das principais recomendações seria a implantação de toque de recolher no sábado, 3, e domingo, 4, de Páscoa, iniciando às 5h da manhã do sábado indo até as 05h da segunda-feira. O órgão também sugere que após o feriado deve haver o retorno às aulas em formato híbrido com 50% da capacidade para as atividades presenciais.

O laboratório também recomenda que as pessoas com Síndrome de Down devem ser priorizadas na vacinação, pois há comprovação científica de que estes fazem parte do grupo de risco, logo não é possível negligenciar essa população.

Outro ponto destacado é a inclusão dos educadores físicos, por serem profissionais de saúde, na lista de vacinação já nas fases prioritárias, pois esses têm um papel social importante e muitos deles estão expostos em academias e também porque trabalham com a população considerada de risco.

 

RECOMENDAÇÕES

1) O atual decreto do estado deve ser mantido até o fim da semana da Páscoa (04/04/2021).

2) Implantar, no sábado e no domingo de Páscoa, toque de recolher de 48 horas, iniciando-se às 5h da manhã do sábado (03/04/2021) até as 05h da segunda-feira (05/04/2021).

3) Após a Páscoa, deve ser iniciado o retorno às aulas em formato híbrido com 50% da capacidade para as atividades presenciais.

4) O Governo do Estado e os municípios devem apresentar um plano de retomada gradual das atividades econômicas.

5) Os educadores físicos, por serem profissionais de saúde, devem ser incluídos na lista de vacinação já nas fases prioritárias, pois esses têm um papel social importante e muitos deles estão expostos em academias e também porque trabalham com a população considerada de risco.

6) As Pessoas com Síndrome de Down devem ser priorizadas na vacinação, pois há comprovação científica de que estes fazem parte do grupo de risco, logo não é possível negligenciar essa população.

7) Os gestores públicos não devem investir recursos públicos em fármacos sem autorização da ANVISA, cuja bula do medicamento não conste explicitamente a indicação clínica para covid-19. Ao contrário, todos devem unir esforços em prol da aceleração do processo de vacinação em massa da população.

8) É altamente recomendado que as autoridades públicas do estado e dos municípios invistam em pesquisas clínicas para o enfrentamento à covid-19.

9) As autoridades sanitárias do estado devem alertar a população que a prescrição off-label de medicamentos sem autorização da Anvisa para a covid-19 é algo desaconselhado pela Associação Médica Brasileira. Caso a indicação clínica não conste na bula do medicamento, o paciente deve ser informado de que se trata de um método terapêutico experimental, uma vez que não há evidências científicas de que o mesmo tenha ação profilática e/ou terapêutica contra a covid-19. Além disso, paciente deverá ser informado de que é preciso manter o distanciamento social adequado, usar máscaras, fazer higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool 70%.

10) Diante dos resultados apresentados em estudos científicos amplamente divulgados e revisados por pares sobre o uso indiscriminado e da automedicação utilizando Ivermectina, Cloroquina e Hidroxicloroquina, é fundamental que o Governo do Estado e demais municípios elaborem um plano de comunicação voltado para população em geral alertando sobre os riscos do uso desses medicamentos.

11) O Estado e todos os municípios precisam, urgentemente, discutir o retorno às aulas das escolas públicas, pois essas são as mais afetadas durante todo o curso da pandemia. As crianças e os adolescentes mais pobres do estado já foram bastante impactados pela falta das aulas presenciais, aspecto esse que poderá ampliar ainda mais a desigualdade social no RN.

FONTE: LAIS

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