A greve se dá em virtude da falta de diálogo com a gestão pública municipal em relação ao pagamento do reajuste de 6,27% do piso salarial do Magistério, referente ao ano de 2025, e de 14,95% referente ao ano de 2023. Categoria está mobilizada
Por Amina Costa - Jornal de Fato
Professores e professoras da rede municipal de ensino iniciam nesta sexta-feira, 14, uma greve por tempo indeterminado, com expectativa de grande adesão da categoria. A greve se dá em virtude da falta de diálogo com a gestão pública municipal em relação ao pagamento do reajuste de 6,27% do piso do Magistério, referente ao ano de 2025, e de 14,95% referente ao ano de 2023.
A reportagem do JORNAL DE FATO conversou com Vencerlina Celina, diretora-financeira do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), que representa a categoria. Ela informou que o sindicato aguarda uma grande adesão por parte dos professores ao movimento grevista, uma vez que a categoria está bastante insatisfeita com a falta de diálogo entre a gestão e os professores.
“Acreditamos que teremos uma grande adesão, tendo em vista a insatisfação da categoria diante do silêncio da Prefeitura, diante das pautas apresentadas, e mesmo do quadro de perseguição que se percebe nos locais de trabalho”, destacou a diretora-financeira, lembrando que a pauta de reivindicação da categoria foi apresentada em dezembro de 2024 e, desde então, não chegou a ser sequer discutida com a gestão.
Mesmo com o início da greve marcado para hoje, as atividades começam oficialmente na próxima semana. O sindicato informou que, nesta sexta-feira, o comando de greve se reunirá na sede do Sindisepum para elaborar as atividades que serão realizadas durante a greve.
A greve dos professores municipais foi definida na última terça-feira, 11, após várias tentativas de dialogar com a gestão municipal. Mesmo após a definição do início da greve, o sindicato informou que a Prefeitura continua sem sinalizar o interesse de dialogar com a categoria. Além de não dialogar com os professores, a Prefeitura ainda afirma que já paga acima do piso nacional, reciclando o mesmo discurso usado em 2023.
Vencerlina Celina informou que as notícias que circulam em alguns sites, afirmando que a Prefeitura paga acima do piso, demonstra atitude da gestão que é caracterizada pelo desrespeito. “Esta atitude da Prefeitura caracteriza um total desrespeito, desconsideração e intenção proposital de desvalorizar um Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR) conquistado pelos professores desde 2006, levando em conta que o piso é o mínimo para os professores do país”, disse.
“Em Mossoró existe uma carreira onde os professores cursaram uma graduação, depois passaram mais dois anos cursando a especialização (90% ou mais dos nossos professores têm especialização), outro número considerável com mestrado e também temos muitos professores já cursando doutorado. Portanto, dizer que Mossoró paga acima do piso é dizer que os professores de Mossoró não merecem ter os seus salários reajustados anualmente, correspondendo ao percentual do salário mínimo dos professores a nível de país. É colocar, numa tentativa nítida, a sociedade contra essa valorosa categoria”, complementou a diretora-financeira do Sindiserpum.
Sindicato convida a sociedade para visitar escolas e ver “maquiagem” feita pela Prefeitura
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) vem visitando algumas escolas da rede municipal de ensino e constatando que, diferente do que é divulgado pela Prefeitura, o Mossoró Cidade da Educação é uma maquiagem. Convida ainda a população para visitar as unidades escolares, principalmente as localizadas na zona rural e nas regiões periféricas, para ver a real situação vivida por alunos e professores.
“Como é sabido, boa parte do que a prefeitura anuncia é uma grande maquiagem. Prova disto é que a maioria das obras, para serem concluídas, precisam de aditivos. Convidamos a sociedade a conhecer as estruturas das escolas. Não precisa visitar as de grande porte, que é onde está a reforma, a pintura, tudo direitinho, feitas para serem apresentadas como modelos nas gravações de comerciais. Visitem as escolas da zona rural, por exemplo, visitem as escolas periféricas; é lá, onde está a realidade da educação de Mossoró”, disse Vencerlina Celina, diretora-financeira do Sindiserpum.
O sindicato informou ainda que falta transparência da gestão no que diz respeito a números que deveriam ser de conhecimento de toda a sociedade, como é o caso do número de professores concursados que existe no município. “O sindicato não tem acesso aos números de professores concursados, mesmo já tendo solicitado à prefeitura por diversas ocasiões”, disse o sindicato.
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