Por Andréia Sadi / Apresentadora do Estúdio i, na GloboNews
De olho em 2026, Lula (PT) quer mexer na estrutura do governo. Segundo fontes ouvidas pelo blog, ele cogita colocar a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na Secretaria Geral da Presidência da República ou na articulação política, como secretária de Relações Institucionais – cargo hoje ocupado por Alexandre Padilha.
Padilha pode ir para o lugar de Nísia Trindade, que hoje comanda o Ministério da Saúde – o destino dela é incerto, e Lula ainda não bateu o martelo sobre a mudança.
Gleisi é tida como aliada leal, conhecida por fazer embates políticos diretos e pela defesa do governo e de Lula. Caso a nomeação se concretize, representará uma volta da parlamentar ao Planalto. Entre 2011 e 2024, ela comandou a Casa Civil durante o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
Quem defende Gleisi no Planalto diz que ela tem um ativo importante para o governo: uma ótima relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o fato de ter trabalhado para evitar que o PT lançasse uma candidatura ao cargo na Casa.
Gleisi Hoffmann (à esquerda), Nísia Trindade (ao centro) e Alexandre Padilha (à direita) — Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO / Walterson Rosa/MS / Marcelo Camargo/Agência Brasil
Há, porém, resistência a Gleisi na articulação política por parte de partidos de fora do PT. Para os partidos que compõem o Centrão, a presidente do PT não resolve o problema da base do governo, apenas o do PT. Além disso, entende-se que a deputada priorizaria um governo mais à esquerda, e não ao centro.
A três meses de deixar a presidência do PT (as eleições acontecem em julho deste ano), Gleisi Hoffmann não tem um nome fechado para substituí-la, e enfrenta um racha dentro do partido. Uma outra ala, que busca um PT mais ao centro, é liderada por Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) e favorito para o cargo.
Substituição de Nísia por Padilha é dada como certa
Nos corredores do Planalto, é dada como certa a substituição de Nísia por Padilha no comando do Ministério da Saúde.
A mudança pode ser o início de uma reforma ministerial, esperada para acontecer a qualquer momento.
Um dos ministros, inclusive, brincou, afirmando que o presidente está como os blocos de carnaval: ninguém sabe a que horas sai.
Lula não deve decidir até o fim do Carnaval.
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