Meteorologia não descarta possibilidade de chuvas de grande intensidade
Amina Costa/Da Redação
Os últimos dias foram marcados por fortes chuvas em Mossoró e em diversas cidades do estado. A meteorologia não descarta novas chuvas, como as que ocorreram no último sábado, 29, no município, já que os meses de março e abril são, historicamente, os mais chuvosos e o inverno deste ano vem com chuvas acima da média.
De acordo com as informações repassadas pelo meteorologista José Espíndola, este tem sido um inverno atípico, onde mais de 15 cidades do estado, incluindo Mossoró, apresentaram precipitações com mais de 100 milímetros. Ele comentou ainda que o mês de fevereiro foi o quarto mais chuvoso da história da cidade, com 308 milímetros, enquanto a previsão apontava 95 mm.
“Fazendo uma retrospectiva, tivemos um mês de janeiro com chuvas abaixo da média, com 32 milímetros aqui em Mossoró. Já fevereiro foi o quarto mês mais chuvoso de todos os tempos, onde tínhamos a previsão de 95 milímetros de chuva para a cidade e as precipitações registraram 308 milímetros. Ou seja, choveu praticamente o triplo do esperado pela meteorologia para o mês de fevereiro”, comenta o meteorologista.
Dentro das previsões, os meses de março e abril também poderão ter chuvas acima da média, uma vez que estes são, historicamente, os meses mais chuvosos na nossa região. O meteorologista informou que, em março do ano passado, choveu em 26 dos 31 dias do mês. “A previsão para março e abril é de chuvas dentro e até mesmo acima da média. A média para o mês de março é de 150 mm, enquanto que para o mês de abril é de 160 milímetros de chuva”, disse José Espíndola.
Espíndola informa ainda que a previsão seja de que as chuvas continuem ocorrendo nos próximos dias, mas que a meteorologia ainda não tem ferramentas que precisem a ocorrência de precipitações como a que ocorreu em Mossoró no último final de semana. “A chuva que ocorreu no último sábado se formou dentro de um espaço de duas horas, diante das altas temperaturas e pela umidade do ar”, comentou.
“Não é impossível ocorrer outras chuvas como a que aconteceu sábado em Mossoró. O inverno está sendo bem atípico, onde mais de 15 cidades do RN registraram chuva com mais de 100 milímetros, sendo uma característica diferente do período chuvoso de 2020. Como março e abril são os meses mais chuvosos, podem acontecer outras chuvas com aquela intensidade”, complementou José Espíndola.
Chuvas começam a encher pequenos reservatórios
As fortes chuvas que vêm ocorrendo desde o início do mês de fevereiro já começam a encher pequenos reservatórios e abastecer lençóis freáticos, localizados em várias regiões do estado. No entanto, os impactos destas precipitações ainda não interferiram no volume dos reservatórios de grande porte.
O meteorologista José Espíndola explica que dentro da bacia hidrográfica dos grandes açudes tem os reservatórios e os açudes pequenos. Por este motivo, a água só consegue chegar aos grandes reservatórios quando os pequenos açudes e barragens começam a sangrar ou até mesmo a arrombar.
“Quando esses pequenos açudes e barragens que têm no leito do rio sangram ou transbordam, aí sim é possível ver um aumento no volume dos grandes reservatórios. Podemos citar como exemplo o açude Gargalheiras, que estava há oito anos no volume zero e após o rompimento de 3 reservatórios da Paraíba chegou a 10% do volume em praticamente um final de semana”, explica.
Espíndola disse ainda que, com as chuvas que devem ocorrer nos meses de março e abril, os grandes reservatórios poderão receber água dos açudes e barragens. “Quando a gente analisa o volume dos grandes reservatórios, praticamente mudou pouca coisa, esperamos que com as chuvas de março e abril eles comecem a ser abastecidos”.
Em relação ao lençol freático e aos poços artesianos, o meteorologista comenta que eles já começaram a receber água, principalmente em decorrência das chuvas que ocorreram em cidades, como Mossoró, Baraúna e Governador Dix-Sept Rosado. “O aquífero Jandaíra, que abastece os municípios mais próximos, já apresenta melhoria no seu nível, devido às chuvas ocorridas nas últimas semanas”, finaliza.
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