Por César Santos/Da Redação
O calor é insuportável, mas não há outra opção: os pacientes do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró, são obrigados a enfrentar a sensação térmica horrível nas sete enfermarias da unidade. Familiares dos pacientes e servidores da saúde também são obrigados a suportar o calor, potencializado pelo vento quente que sai dos ventiladores.
O problema não é de hoje, uma vez que as enfermarias nunca receberam sistema de ar refrigerado. Todas as gestões do Tarcísio Maia justificaram na falta de recursos para investimentos e os governos se calaram, como acontece agora.
A situação, porém, poderá mudar. Uma iniciativa do Centro Acadêmico do Curso de Medicina “Carlos Ernani Rosado” (CACER), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), vai levantar recursos para a climatização de áreas internas do Tarcísio Maia, contemplando sete enfermarias (de 201 a 207). Trata-se da campanha “Corrente do Bem em Prol do Tarcísio Maia”, que visa à arrecadação de dinheiro, através de doações, para bancar a obra.
"O objetivo vai muito além de proporcionar conforto, já que a climatização melhora a qualidade do ar, auxiliando no combate às doenças de transmissão aérea e contribuindo para o avanço do tratamento dos pacientes”, diz o cartaz de campanha, que está circulando nas redes sociais e em outras plataformas de comunicação.
O estudante Alcivan Batista de Morais Filho, do 7° período do curso de Medicina, afirma que a iniciativa do centro acadêmico precisa do apoio da sociedade, notadamente das camadas com melhor poder aquisitivo. “Entendemos que é possível melhorar as condições de pacientes nas enfermarias do Tarcísio Maia, e estamos convocando a sociedade para colaborar com a campanha, dada a sua importância”, disse em contato com o JORNAL DE FATO.
Segundo Alcivan Batista, o investimento será de R$ 40 mil para instalar 14 centrais de ar condicionado, alcançado toda a estrutura das enfermarias. A direção do HRTM autorizou a realização da campanha, inclusive, assinando ofício com esse objetivo.
SAIBA COMO PARTICIPAR
As doações podem ser feitas por pessoas físicas e/ou jurídicas, através de conta bancária aberta para esse fim. Doações podem ser feitas para a conta do Banco do Brasil: agência 36-1; conta poupança: 99.404-9; variação 51.
Também podem ser feitas doações através do site: www.vakinha.com.br (id: 560713), no valor mínimo de R$ 15,00 para pessoas físicas e R$ 200,00 por pessoa jurídicas.
Apesar de a campanha ter sido lançado no mês de julho, até agora não despertou maior interesse da sociedade. O centro acadêmico atesta que foi arrecadado em mais de um mês de campanha apenas R$ 2,5 mil, pouco mais de 5% do valor pretendido.
Com uma divulgação maior da campanha, os organizadores acreditam que vão despertar a solidariedade dos mossoroenses e de pessoas e empresas de outras cidades da região, que mandam seus pacientes para o Hospital Tarcísio Maia.
Tarcísio Maia volta a ter cenário de caos com macas em corredores
Os corredores do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) voltaram a registrar grande número de pacientes em macas no fim de semana. Homens, mulheres e crianças dividiram o espaço aguardando vagas em leitos, com muita reclamação por parte dos pacientes e familiares e queixas do corpo de servidores, que nada podem fazer.
O cenário de caos registrado no sábado (31) e domingo (1°) foi agravado com a falta de medicamentos e de insumos. Familiares de pacientes tiveram de comprar medicamentos que estão em falta da unidade hospital.
Foto: Reprodução/Blog Ismael Sousa
A situação crítica vem se arrastando desde os últimos meses. Em maio deste ano, o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (SINMED) encontrou dezenas de macas nos corredores em inspeção surpresa. A imprensa local havia denunciado o grave problema, sem que o Governo do Estado, via Secretaria de Saúde Pública (SESAP-RN), tenha adotado medida para amenizar o quadro.
A crise derrubou o diretor geral do Tarcísio Maia, médico Elizer Laurindo, que pediu exoneração em junho. A nova diretora, Herbênia Ferreira, assumiu no início de julho prometendo adotar medidas, com garantias dadas pela governadora Fátima Bezerra (PT), só que até agora nada foi feito e a situação só piora.
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