Rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro pela terceira vez em sua história, o Grêmio viveu com sua queda em 2021 o ponto mais baixo de uma trajetória inédita entre os grandes clubes do país.
Inédita porque não há, na história recente das principais camisas do futebol nacional, nenhuma instituição que tenha sido rebaixada, voltou à elite para alcançar um período glorioso, depois retornado ao calvário da segunda divisão.
Aconteceu com o Grêmio, que voltou da Série B em 2005 e enfileirou taças sob o comando de Renato Gaúcho, incluindo a Copa do Brasil, em 2016, a Copa Libertadores, em 2017, e um tricampeonato estadual (2018, 2019 e 2020). Em 2021, porém, o clube não foi capaz de reagir à má campanha no Brasileiro e caiu novamente.
Os cariocas Botafogo e Vasco, por exemplo, nunca conseguiram repetir as glórias do passado depois que foram rebaixados pela primeira vez.
O clube da Estrela Solitária caiu em 2002, 2014 e 2020. No intervalo entre uma queda e outra, conquistou apenas o Campeonato Carioca, em quatro oportunidades (2006, 2010, 2013 e 2018).
Já o Vasco, depois de Coritiba e Sport, é o campeão nacional que mais somou rebaixamentos em sua história: quatro. O primeiro descenso ocorreu em 2008. De lá para cá, também foi rebaixado para a Série B em 2013, 2015 e 2020, com apenas um título importante no período, a Copa do Brasil em 2011.
Na atual temporada, os cruzmaltinos disputaram a segunda divisão do Brasileiro e não conseguiram o acesso de volta à elite -terminaram a disputa em décimo lugar.
Assim como o Vasco, quem também não conseguiu retornar à primeira divisão foi o Cruzeiro, que amargará em 2022 sua terceira temporada consecutiva na Série B.
O clube, que nunca tinha experimentado um rebaixamento, caiu em 2019 e, desde então, não retornou. Na Série B de 2021, os mineiros terminaram apenas na 14ª posição.
RENASCIDOS
Por outro lado, há na história recente do futebol brasileiro clubes que voltaram da segunda divisão, passaram por reconstruções significativas e experimentaram novos períodos de sucesso.
O Corinthians, rebaixado em 2007 ao empatar com o Grêmio em Porto Alegre, somou alguns dos títulos mais relevantes de sua história no pós-rebaixamento. Em 2009, foi campeão da Copa do Brasil; em 2011, conquistou o Brasileiro e, no ano seguinte, levou uma inédita Libertadores e um Mundial.
Na sequência, o clube do Parque São Jorge ainda sagrou-se campeão brasileiro outras duas vezes, em 2015 e 2017, além de um tricampeonato paulista em 2017, 2018 e 2019.
Rival do Corinthians, o Palmeiras foi outra instituição que conseguiu se manter na elite e alcançar conquistas de peso na volta ao primeiro escalão.
Os alviverdes foram rebaixados no Brasileiro em duas ocasiões: 2002 e 2012. Desde que retornaram à Série A pela última vez, quase caíram em 2014, mas a partir da chegada da Crefisa ao clube, no ano seguinte, enfileiraram títulos.
Em 2015, o Palmeiras conquistou a Copa do Brasil, a primeira taça em seu novo estádio, o Allianz Parque. Em 2016, foi campeão brasileiro, conquista que repetiu em 2018.
Os títulos mais especiais, contudo, vieram sob o comando do português Abel Ferreira, que chegou na temporada passada ao Palestra Itália e levou os palmeirenses a um bicampeonato consecutivo da Libertadores (2020 e 2021), além de uma Copa do Brasil (2020).
REBAIXAMENTOS DE CLUBES CAMPEÕES BRASILEIROS
Athletico (1989, 1993 e 2011)
Atlético-MG (2005)
Bahia (1997, 2003, 2014 e 2021)
Botafogo (2002, 2014 e 2020)
Corinthians (2007)
Coritiba (1989, 1993, 2005, 2009, 2017 e 2020)
Cruzeiro (2019)
Fluminense (1996 e 1997)
Grêmio (1991, 2004 e 2021)
Guarani (1989, 2004 e 2010)
Internacional (2016)
Palmeiras (2002 e 2012)
Sport (1989, 2001, 2009, 2012, 2018 e 2021)
Vasco (2008, 2013, 2015 e 2020)
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