O Baraúnas disputou os seus jogos fora de Mossoró porque o Estádio Nogueirão está fechado há um ano. Os desportistas apontam o desprezo do prefeito pelo patrimônio público e pelo futebol. Há desconfiança que pretende "vender" para iniciativa privada
O Baraúnas vai disputar a segunda divisão do futebol do Rio Grande do Norte para tentar voltar à elite. O tricolor mossoroense foi rebaixado neste sábado, 8, ao ser derrotado pelo Laguna por 2 a 1, jogo disputado no Estádio Edgarzão, em Assú.
Com apenas quatro pontos, o Baraúnas terminou a fase classificatória na lanterna da competição. Na última rodada, o tricolor precisava vencer o Laguna e torcer contra os seus concorrentes. A combinação de resultado não deu certa.
O rebaixamento do Baraúnas tem ligação direta com o fechamento do Estádio Municipal Manoel Leonardo Nogueirão, decretado pelo prefeito Allyson Bezerra (União). Sem jogar em casa, o tricolor não teve o apoio da torcida e outras condições para superar clubes modestos como o caçula Laguna e o desorganizado Globo de Ceará-Mirim.
Além do rebaixamento, o clube mossoroense acumulou prejuízos financeiros, com despesas de viagens e hospedagens, uma vez que todos os jogos foram disputados fora de Mossoró.
Desprezo
O dia do rebaixamento do Baraúnas coincidiu com aniversário de 1 ano do Nogueirão fechado. Torcedores organizaram protesto na calçada do estádio, fazendo duras críticas ao desprezo do prefeito Allyson pelo futebol da cidade.
Um dos cartazes citava Allyson como o “coveiro do Nogueirão”. O chefe do Executivo mossoroense não rebateu, optando pelo silêncio.
Sobre o descaso com o Nogueirão e, por gravidade, com o esporte de Mossoró, o jornalista César Santos fez o seguinte comentário em sua coluna no Jornal de Fato, edição de sábado, 7:
“Hoje completa 1 ano da interdição do Estádio Municipal Manoel Leonardo Nogueira. Foi fechado em 7 de fevereiro de 2024 e, a partir daí, abandonado por estratégia deliberada do prefeito Allyson Bezerra (União).
O prefeito não cumpriu um TAC com o Ministério Público Estadual (MPRN) para forçar o fechamento.
Há interesses inconfessáveis.
Allyson, quando municipalizou o Estádio Nogueirão já tinha em mente o desejo de vendê-lo para a iniciativa privada.
O “olho gordo” no Nogueirão, avaliado em mais de R$ 45 milhões, o fez cegar para o patrimônio público e, por gravidade, para o futebol mossoroense.
A estratégia é entregar a “mina” no bairro mais valorizado de Mossoró em troca de uma nova arena, que custaria algo em torno de R$ 25 milhões.
E o que seria feito com os R$ 20 milhões, que é a soma da diferença do valor do Nogueirão para o custo da construção da nova arena?
O desportista mossoroense manjou a estratégia, digamos, nada republicana, e espera que os órgãos fiscalizadores tenham pulso firme para evitar o desmantelo com o bem público.
As consequências do desatino do prefeito são danosas ao futebol de Mossoró, sobretudo para Potiguar e Baraúnas, que estão pagando caro para jogar o Campeonato Estadual em outras cidades.
Uma nódoa que Allyson Bezerra carregará, já devidamente taxado de “coveiro do Nogueirão”.
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